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Precisamos conversar sobre Black Friday

"Extra! Extra! Tudo pela metade do dobro!!!"

E assim funciona a Black Friday no Brasil.

Aquela que, nos Estados Unidos, é uma das datas mais aguardadas do comércio, aqui, nada mais passa do que um grande fiasco aonde empresas de todos os portes embarcam de forma amadora, ignorando o senso crítico de seus clientes que conferem à data o merecido título de "Black Fraude".

Vamos entender por um momento do que se trata a data em sua origem:

Basicamente estamos falando de um momento de hiato nos estoques do comércio americano, onde todos estão tentando escoar os produtos que ficaram acumulados do ano todo por algum motivo, e sobretudo do Halloween e do Dia de Ação de Graças, para que se possam negociar maiores quantidades e girar um maior volume de produtos e insumos a fim de conseguir o menor preço e por consequência a maior margem de lucro nas vendas exorbitantemente altas de natal e fim de ano.

Então sem esses feriados de Halloween e Ação de Graças, no Brasil não deveria haver Black Friday?

Exato... assim como não assimilamos datas como Halloween apesar dos esforços do comércio, a Black Friday, aos moldes que vem sem consolidando no Brasil, só faz reduzir ainda mais a credibilidade das empresas junto ao seu público alvo.

Nós temos sim um momento semelhante à Black Friday no Brasil... estamos falando da segunda semana de janeiro. Momento em que todos já receberam o primeiro salário do ano e estão nas ruas , de volta de suas viagens de feriado, dentro das lojas de todo o comércio negociando e fazendo trocas de produtos.

Por sua vez, O comércio que não escoou seus produtos de natal, tem a chance de se desfazer do seu estoque residual, para abrir caminho para o Dia das Mães - segunda data mais importante do ano do comércio - contando ainda com o carnaval entre eles.

Escrevo este texto como profissional de marketing para alertar clientes e leitores, de que, apesar de promoções serem sempre bem vindas para atrair o público, para fazer isso e se destacar no mercado, é necessário mais do que mero oportunismo e enfiar valores graciosos como ofertas enganosas goela abaixo dos clientes.

Em um tempo de Internet, prints e vasta comunicação visual, é facilmente perceptível para qualquer um, - e se não , denúncias em mídias sociais ajudam muito - a discrepância de valores muito acima do praticado normalmente e isso queima qualquer marca e empresa no mercado.

Não há motivo para prestadoras de serviço em geral, por exemplo, embarcarem na onda das promoções malucas e irresponsáveis de Black Friday, uma vez que as mesmas tem por hábito - principalmente no micro, pequeno e médio comércio - a livre negociação de valores junto a seus clientes trabalhando caso a caso de forma única , o que no geral, funciona muito bem estreitando os vínculos afetivos do cliente com o profissional ou empresa prestadora de serviço, logo ao dar-sem descontos - ainda que reais- em ocasiões como esta não fazem sentido pois perde-se a margem de negociação e o cliente, acostumado a ter uma ampla negociação, acaba ficando restrito ao que ele considera um desconto menor e logo, sai da negociação não se sentindo valorizado enquanto consumidor.

Com relação às empresas de comércio efetivo, de todo o porte, ao realizar uma ação tão agressiva fora de época, acabam sendo obrigados a aderirem à moda do início deste post, uma vez que não tem como negociar uma margem mais atrativa de valores, que levam os clientes a se sentirem no papel de trouxa além de gerar transtornos no relacionamento com marca.

Comércio ou prestadora de serviço, há que se ponderar muito antes de embarcar neste tipo de modismo.

Se a Black Friday irá se consolidar à contento no calendário comercial brasileiro, ainda é cedo para afirmar.

Contudo, seja nesta ou em qualquer outro tipo de ação publicitária, há que se acabar esta mania brasileira de deixar para planejar tudo de última hora e nesse momento ter o setor de marketing muito bem alinhado com o controle de estoque e com o financeiro da empresa podem fazer toda a diferença para um resultado positivo , não só no sentido econômico como principalmente na fidelização dos clientes que quando valorizados e tratados com o respeito devido, sempre voltam e criam uma relação de afetividade - as vezes até infantil- com a marca.

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